Eles são Jovens, politicamente engajados, comprometidos com os interesses do Brasil e um com detalhe em comum, todos fazem oposição ao governo Bolsonaro... Conheça as novas caras do nacionalismo brasileiro em vários estados do Brasil: FNT, União Nacionalista, Movimento Nova Pátria e Cibele Laura.
Foto: André Nunes (FNT), Cibele Laura (ativista) e Douglas Garcia (UNbr)
Do Rio de Janeiro um coletivo político vem fazendo barulho nas redes sociais, a FNT - Frente Nacional Trabalhista, mantêm uma página no Facebook com cerca de 17 mil seguidores e a página de um de seus porta-vozes, o bancário André Nunes alcançou a marca de 42 mil.
No seu estatuto a FNT declara ser uma associação civil, sem fins lucrativos e que tem como objetivo lutar pela soberania e autonomia nacional, pelo desenvolvimento econômico, por justiça e bem-estar social, pela defesa do patrimônio público, pela fraternidade, prosperidade e pelo progresso da nação brasileira.
Para isso a organização se baseia em três pilares: o nacionalismo, o trabalhismo e o anti-imperialismo. Quem nos explica essas diretrizes é o secretário geral da FNT, André Nunes...
TVC Rio - André, em que exatamente consiste um dos pilares da Frente Nacional Trabalhista, o nacionalismo:
AN- Em primeiro lugar é necessário esclarecer que o nosso nacionalismo é um nacionalismo de caráter defensivo e anti-imperialista, nada tem a ver, por exemplo, com a xenofobia levada a cabo por movimentos ditos nacionalistas da Europa. Nossas referências de nacionalismo são Leonel Brizola e Darcy Ribeiro.
Na nossa concepção o nacionalismo consiste na valorização da identidade do povo, da pátria, das riquezas nacionais e na luta por uma economia protecionista e desenvolvimentista, que seja instrumento de benefício da sociedade e do Estado brasileiro;
Defendemos o controle estatal da economia nos setores estratégicos, as grandes empresas estatais contribuem com seus lucros para a manutenção da previdência e diversos outros tipos de investimentos sociais, as loterias da Caixa Econômica arrecadaram ano passado 8,3 bilhões de reais, dos quais quase a metade (4,1 bilhões) foram direcionados para Seguridade Social, cultura e saúde. E esse é só um exemplo. Precisamos dessas empresas sob o controle estatal porque almejamos alcançar um Estado de bem estar social.
TVC Rio - A FNT declara oposição ao governo Bolsonaro, porém não temem que o uso do termo "nacionalista" possa associar vocês à figura de Jair Bolsonaro ou ao seu governo?
AN - De maneira alguma, exatamente porque Bolsonaro é a antítese do nacionalismo, e a prática do seu governo comprova isso. Privatizou 12 aeroportos por uma ninharia de pouco mais de 2 bilhões de reais, diversos deles para uma empresa estatal espanhola, isso é gravíssimo, pois, além de entregar o controle dos nossos aeroportos para um governo estrangeiro, o valor negociado é ínfimo, na média cada aeroporto foi entregue por 200 milhões, para nível de comparação somente em 2017 o aeroporto de Recife lucrou R$130 milhões.
A FNT tem o anti-imperialismo como um de seus pilares, ou seja, a luta contra a espoliação das nações dominantes em detrimento dos países sub-desenvolvidos, defendemos relações diplomáticas horizontais, que preservem a autodeterminação dos povos. E o que observamos é que o governo Bolsonaro se presta à um papel de subserviência e vassalagem, foram aos Estados Unidos oferecendo diversas vantagens para o governo Trump em questões comerciais e até mesmo de visto de turismo, voltaram com nada mais que promessas em troca. As declarações de seu ministério de Relações Exteriores em breve prejudicarão até mesmo as exportações brasileiras, China, Rússia e países árabes já ameaçam substituir as importações de matéria prima e produtos brasileiros por outros países.
Além disso somos trabalhistas, e o trabalhismo consiste na edificação social por meio do valor do trabalho, na defesa de uma economia produtiva voltada para o bem-estar social, de condições dignas de trabalho e constante manutenção dos direitos trabalhistas, em diálogo com a classe trabalhadora, sempre enfatizando o seu valor na sociedade. Já o governo Bolsonaro planeja uma série de retirada de direitos e benefícios para os trabalhadores, está na pauta a redução do acesso ao abono salarial e a extinção do vínculo empregatício com uma carteira de trabalho ''verde e amarela" sem direito a férias e décimo terceiro, é o fim da dignidade para os trabalhadores.
Não há como associar nacionalismo com neoliberalismo, por isso consideramos que Bolsonaro é um falso nacionalista, é o patriotismo de goela.
André Nunes em entrevista na TVC-Rio
De Mogi das Cruzes - SP, a escritora e ativista política Cibele Laura mantêm seu canal no YouTube, com mais de 13 mil inscritos Cibele é uma das maiores influenciadoras digitais do campo nacionalista.
Em seus vídeos a ativista costuma criticar a hegemonia do dólar estadunidense no mercado mundial, segundo ela é essa hegemonia que "segura os Estados Unidos como potência", pois como a maior parte do comércio mundial é negociada em dólar praticamente todos os países mantêm suas reservas em moeda estadunidense, logo os EUA são o único país que pode imprimir uma quantidade de moeda de acordo com suas necessidades sem gerar inflação.
Cibele não se considera uma "esquerdista" mas afirma que, assim como ela, o nacionalismo brasileiro tem "inclinações à esquerda", já que a direita no Brasil adotou um projeto neoliberal entreguista. O nacionalismo de esquerda combate exatamente essa "submissão aos Estados Unidos".
Cibele cita o engenheiro Bautista Vidal ao declarar que sem patrimônio não há pátria e o discurso que cola a corrupção no setor público e nas estatais é completamente infundado, pois a corrupção existe em larga escala no setor privado e os noticiários estão coalhados de casos de escândalos de corrupção também na iniciativa privada, porém existe uma propaganda muito forte de que a corrupção seria apenas inerente ao setor público para que a população ceda facilmente às privatizações.
"A empresa estatal tem uma ligação íntima com a população, pois seu lucro é direcionado para a sociedade, essa conversa de Estado Mínimo é colocado para nós que estamos aqui na periferia do capitalismo, já nos países desenvolvidos o Estado está sempre presente, possuem uma iniciativa privada forte mas um setor estatal também muito forte".
Cibele vai além e diz que a propaganda do Estado mínimo é "produção ideológica para que o povo fique realmente distante da realidade. O nosso Estado não é nacional, é um estado colonizado, que faz transferência de recursos público para o setor privado. O neoliberalismo nos foi empurrado goela abaixo pelo Consenso de Wahshington, uma iniciativa intervencionista dos Estados Unidos e Inglaterra."
"O nacionalismo não é uma ideologia, é uma prática. Tem gente que liga as pautas de saúde e educação pública ao socialismo, mas estamos no Brasil, um país extremamente desigual, por isso mesmo necessitamos de saúde e universidades públicas. Defendo a revogação completa do congelamento dos gastos públicos".
Cibele Laura em entrevista ao Jornal Oi de Suzano
Organizado no estado de São Paulo o movimento União Nacionalista tem como ícone principal a figura do médico e político Enéas Carneiro, quem visitar as publicações da página da UN no facebook vai se deparar frequentemente com o jargão "nosso nome é Enéas". A UNbr também faz oposição a Bolsonaro, no entanto seu coordenador nacional, o técnico projetista Douglas Garcia, considera o grupo como mais conservador do que outros grupos nacionalistas de oposição ao governo que na sua opinião tem característica mais progressistas.
TVC Rio - A UN apesar pode ser considerada como um nacionalismo mais conservador?
DG - O UNBr é um movimento popular que defende a família como célula básica da sociedade, como parte da construção nacional soberana e desenvolvimentista, a qual inclui, socialmente, através do progresso particular, com um Estado nacional que protege os mais preparados e ampara aqueles que ainda não obtiveram êxito sócio-econômico.
TVC Rio - O nacionalismo conservador pode estar no mesmo campo da oposição ao governo Bolsonaro?
DG - O UNBr está no campo de oposição tenaz ao governo Bolsonaro, pois acreditamos no reordenamento social através do amparo, da inclusão social, das potencialidades nacionais, do alavancar sócio-nacional, da geração de empregos e do aumento da renda.
No Estado do Pernambuco se organiza o Movimento Nova Pátria, o grupo mantém no facebook a página Jornal A Pátria com mais de 100 mil seguidores.
Douglas Garcia é coordenador nacional da UN
No Estado do Pernambuco se organiza o Movimento Nova Pátria, o grupo mantém no facebook a página Jornal A Pátria com mais de 100 mil seguidores.
O militante Bruno Torres nos fala mais sobre a organização:
TVC Rio - O MNP - Movimento Nova Pátria leva "nova" no nome, por quê o nacionalismo de vocês poderia ser considerado algo inovador, um novo nacionalismo, tendo em conta que a pátria é a mesma?
BT - O Movimento Nova Pátria surgiu em abril de 2016 (estamos completando três anos de organização) com o intuito de promover uma plataforma política nacionalista. Sempre avaliamos que, desde o período, à "independência" negociada, passando pela República Oligárquica até os dias de hoje, o Brasil não tem se constituído como uma pátria realmente independente, que é dona de si própria, de seu próprio destino. Pelo contrário, temos visto do Brasil colonial ao Brasil "independente" uma nação totalmente espoliada pelas potências estrangeiras em colaboração com as frações mais reacionárias de nossa elite, um Brasil "fazendão", quintal do mundo, que hoje foca em exportar Soja, antes Café ou Pau-Brasil. A razão, portanto, do nosso movimento se intitular como Nova Pátria se deve sobretudo ao fato de que lutamos por projeto de emancipação nacional, de reformas populares, em resumo, um projeto de nova independência, dessa vez autêntica e profunda. O que se concebe por "pátria" hoje em dia é um simulacro de um Brasil que não se realiza enquanto nação, mas apenas enquanto um país submisso, uma nação adormecida. Já o conceito de "pátria" que concebemos, que consideramos legítimo, é o de um país que toma as rédias de seu destino, supera a dependência e representa autenticamente uma nação desperta. Este é o novo Brasil que queremos construir, distinto do modelo dependente do velho Brasil surgiu há cerca de 500 anos e vigora até os dias atuais.
TVC Rio - Como o MNP atua na política? Acreditam na luta partidária, sindical, parlamentar ou agem "por fora" das instituições?
BT - O Nova Pátria atua em diversas frentes. Normalmente ações políticas para além da institucionalidade, em protestos, passeatas, atividades de propaganda e agitação em ônibus, nas ruas, e demais espaços públicos. Todavia, acreditamos que os caminhos institucionais sua importância para a propagação de um projeto nacionalista e popular. Por isso, também nos inserimos no meio sindical e atuamos, na medida do possível - e sem prejudicar a independência de nossa organização - no meio partidário. Há bases de nossa organização em que, devido a conjuntura local, a atuação partidária não é muito levada em conta por nossos militantes (tal como o Nova Pátria no Rio Grande do Sul), entretanto, há outros cenários, em que o terreno partidário se encontra frutífero para o fortalecimento de um campo democrático e nacionalista (como em nossas bases em Pernambuco) onde podemos colher no meio partidário amparo para as lutas extra-institucionais.
Bruno Torres do MNP em palestra sobre o nacionalismo na UFPE
Parabéns O blog prlp oportunidade dada aos companheiros nacionalistas, surge uma esperança de que realmente seremos indepedentes, só um governo nacionalista para tal!!!
ResponderExcluirObrigado Elano.
ExcluirParabéns pela reportagem. Gostaria de sugerir o nome de Rubem González, Vina Guerreiro e Nova Resistência como nomes importantes da exaltação de um nacionalismo que faça frente aos interesses da banca e na construção de um país mais justo e igualitária. Uma pauta com eles seria de grande valia para a informação geral da população.
ResponderExcluirAcredito em vcs,realmente nos representam e trabalham com a verdade,compromisso,em despertar pra realidade o censo comum.Com prontidão e bravura,em defesa da mãe pátria amada, Brasil!
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