Capitalista e neoliberal, Honduras decreta toque de recolher e suspende garantias constitucionais

O governo de direita de Honduras anunciou no início da madrugada deste sábado (2) a declaração de estado de exceção após onda de protestos que surgiram no país por causa de suposta fraude nas eleições presidenciais de domingo (26) passado. O toque de recolher se estenderá durante dez dias, de 6 da tarde as 6 da manhã. Além disso governo transferiu ao exército o direito de controlar diversas áreas, o que poderia ser considerado como ditadura.

Protestos contra fraude eleitoral na capital de Honduras

02/12/2017

Segundo o ministro Ebal Díaz, a medida suspende a livre circulação entre 18h e 6h por 10 dias e atende solicitação apresentada ao governo por parte de Forças Armadas, polícia, empresas privadas e câmaras de comércio. O toque de recolher entrou em vigor às 23 horas (3 horas no Brasil).

O artigo 2 do decreto estabelece que "Toda pessoa encontrada fora do horário de circulação" será detida e permanecerá "reclusa".

Com a decisão de limitar a circulação de pessoas, o governo tenta conter as fortes manifestações nas ruas de Honduras, especialmente em Tegucigalpa, que ocorrem pela suspeita de fraude nos resultados das eleições que se encerraram domingo passado, que mantiveram a direita no poder.


Vídeo: Honduras suspende garantias constitucionais


Ao menos um manifestante morreu, mais de 20 pessoas ficaram feridas e mais de 100 foram presas em Honduras após a polêmica contagem de votos da eleição presidencial gerar protestos em meio a acusações da oposição de fraude eleitoral.

O país publicaria o resultado final da eleição presidencial do último domingo às 21h do horário local desta sexta-feira (1h do sábado, pelo horário de Brasília), disse o chefe do órgão eleitoral hondurenho, David Matamoros. Mas isso não ocorreu até por volta de 3h.

A corte eleitoral irá contar a mão cerca de 1.031 urnas, ou cerca de 6% do total, que possuíam irregularidades, disse Matamoros.

A apuração dos resultados inicialmente favorecia o candidato da oposição e estrela da TV, Salvador Nasralla, por 5 pontos, com metade dos votos apurados. Os votos então giraram a favor do presidente Juan Orlando Hernández, apoiado pelos Estados Unidos, após a votação ser interrompida na segunda-feira (27) e retomada mais de um dia depois.

Luis Larach, presidente do lobby empresarial COHEP, disse à Reuters que a pequena diferença, de 1,5 ponto percentual entre os candidatos, significa que a contagem a mão será crucial. No meio desta madrugada, após 94.35% das urnas apuradas, o presidente Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional, tinha 42,92%. O opositor Nasralla tinha 41,42% dos votos.

Protestos

Fontes da polícia disseram que pelo menos um homem foi baleado e morto em um protesto na cidade de La Ceiba, enquanto cerca de 12 membros da força militar e policial foram feridos em manifestações que geraram caos no trânsito nesta sexta-feira.

Repressão no primeiro dia de toque de recolher


Fraude eleitoral

Dado que o opositor Nasralla liderou haté quinta - feira a contagem de votos, Zelaya, presidente do partido "Libertad y Refundación" (Libre), que forma parte da coalização opositora, acusa o TSE de manipular dos dados para favorecer o governista Hernández.

Os partidos que conformam a "Alianza de Oposición contra la Dictadura" denunciaram que existe uma fraude em marcha e convocaram mobilizações no país, principalmente na capital. Um dos líderes da Aliança de Oposição, Marlon Ochoa, convocou a população a se mobilizar de maneira pacífica este domingo 3 de dezembro.



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