Um
evento convocado pelo Facebook que agrega alunos, ex-alunos e mestres
da Universidade Estácio de Sá promove nesta segunda-feira (11), a
partir das 18 h, no Campus Uruguaiana, Centro do Rio de Janeiro, um
ato contra a demissão de 1.200 professores anunciada pela empresa
educacional. A página de convocação do intitulado #EmDefesados1200
informa que mais de 2.700 pessoas confirmaram presença no protesto
que conta ainda com mais de 6 mil interessados.
O
movimento critica a forma como os professores foram desligados da
universidade e o seu modelo de gestão.
“Nossa
luta precípua é buscar a anulação das demissões, mostrar a nossa
insatisfação com o modo que os nossos Docentes foram desligados e
lutar para continuarmos tendo um ensino de qualidade. A Estácio deve
priorizar a Educação e a nossa formação de qualidade!” -
justifica um texto convocatório postado na mídia social.
Na
tarde desta segunda foi realizada uma audiência pública no
Ministério Público do Trabalho (MPT) que contou com a presença de
professores e alunos que debateram a situação.
Reforma
Trabalhista colocada em pratica
A
Estácio no início da última semana começou um processo de
demissão de 1.200 docentes de seu quadro de cerca de dez mil
professores em todo o Brasil. Cerca de 400 dos desligamentos serão
feitos no Rio. O presidente da universidade, Pedro Thompson, garante
que o objetivo é fazer um ajuste no custo da hora/aula, por haver
distorções para cima na remuneração de alguns professores. Ele
garante que outros 1.200 professores serão contratados pela
companhia, com salários de acordo com os valores médios praticados
no mercado, colocando em pratica das novas regras da reforma
Trabalhista.
Justiça
do Trabalho paralisa demissões
Ainda
na semana passada a Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro suspendeu
na quinta-feira (7). A decisão da juíza Larissa Lopes concede
liminar com tutela antecipada a favor do Sindicato dos Professores do
Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio). O efeito da
medida vale para os municípios do Rio, de Paracambi, Itaguaí e
Seropédica.
A
demissão em massa fica impedida até que a universidade apresente à
Justiça a lista de todos os professores demitidos, os termos de
revisão desses professores, além da relação dos profissionais que
serão contratados. As dispensas já realizadas ficam suspensas até
a apresentação de todos esses documentos.
Manobras
contábeis
Em reportagem
publicada em ‘O Valor Econômico’, em maio de 2016,a Estácio
anunciou um lucro líquido de R$ 128,5 milhões no primeiro
trimestre, numa queda de 1,6% em relação a igual período de 2015,
com uma base total de alunos que cresceu 11,4%, chegando a 587,8 mil.
Já em agosto do
mesmo ano, o mesmo jornal publicou que a empresa anunciou uma
reversão do lucro líquido entregue no segundo trimestre de 2015,
com o registro de prejuízo em R$ 20,38 milhões no mesmo
intervalo deste ano. O número corresponde ao valor atribuído aos
acionistas controladores. O resultado foi afetado por perdas com
erros contábeis que somaram R$ 108,1 milhões entre os exercícios
de 2014 e 2016.
Fusão que
movimentou bilhões de reais
Em julho de 2016
foi anunciada uma fusão da Estácio com o grupo paulista Kroton no
valor de R$5,5 bi, o que resultou na criação na maior empresa de
educação universitária do Brasil.
Maior conglomerado
brasileiro do setor, com mais de 1 milhão de alunos em todo o país
e dona das marcas Anhanguera, Pitágoras e Unopar, entre outras, a
Kroton teve lucro líquido de R$ 490 milhões no primeiro trimestre
de 2015, ganho 16,9% maior que o do mesmo período do ano anterior.
Foi registrado aumento de 44% na captação de pagantes, ou seja, sem
recursos públicos por meio de programas de financiamento e
incremento na modalidade de ensino a distância da ordem de 3%.
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