No Rio brizolistas históricos podem ser candidatos ao governo estadual e senado

RJ - O "brizolismo" foi marca registrada no Rio de Janeiro nas décadas de 80 e 90, por duas vezes o caudilho gaúcho Leonel de Moura Brizola foi eleito governador do estado e junto com o antropólogo Darci Ribeiro lançou o maior programa de educação integral do Brasil, o CIEP. Mais de 13 anos após a morte do ex-governador o Rio pode presenciar o lançamento de dois de seus ex-secretários de governo: Vivaldo Barbosa e Eduardo Costa.


Segundo alguns membros do diretório estadual do partido Pátria Livre os dois brizolistas históricos poderiam lançar candidatura própria pela legenda, já que a atual "conjuntura das outras forças populares de esquerda no Rio de Janeiro não apresenta nomes que possam tanto a frente do governo estadual como no senado resgatar o estado do presente estado de calamidade em que se encontra".

Vivaldo Barbosa é professor de Direito, graduou-se pela Universidade do Estado da Guanabara (UEG), atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Concluiu o curso em 1966 e quatro anos depois tornou-se professor do Centro de Estudos e Pesquisa do Ensino de Direito (CEPED) da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro. Em 1972, foi para os Estados Unidos e iniciou o mestrado em direito na Universidade de Harvard, concluindo-o no ano seguinte. Ao voltar ao Brasil, chefiou a área de contratos da Interbrás, subsidiária da Petrobras para comércio internacional, e foi professor de direito na Faculdade Cândido Mendes e do mestrado em direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Em 1978, viajou novamente para os Estados Unidos e ingressou no doutorado em direito na Universidade de Harvard, concluído em 1980.



Em 1983 foi nomeado secretário de Justiça do estado do Rio de Janeiro pelo então governador Leonel Brizola. Como titular da pasta da Justiça, fez viagens oficiais à Suécia e à Finlândia em 1984. Foram destaques de sua gestão a implementação de uma política de direitos humanos, a prisão e o desmantelamento de grupos de extermínio e a criação do Conselho de Justiça, Segurança Pública e Direitos Humanos, do qual era presidente. Em março de 1986, desincompatibilizou-se do cargo, passando a atuar como assessor do governador para candidatar-se a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte.

Eleito deputado federal constituinte pelo Rio de Janeiro na legenda do PDT, assumiu o mandato em fevereiro de 1987. Foi o segundo deputado federal que mais apresentou emendas durante os trabalhos da Constituinte.  No pleito de outubro de 1990, Vivaldo foi reeleito deputado federal pelo Rio de Janeiro ainda pelo PDT de Leonel Brizola.

Participou da luta contra o programa de privatização do governo federal, através da reeditada Frente Parlamentar Nacionalista, da qual foi secretário-geral. Ao contestar os processos de privatização das usinas siderúrgicas Usiminas e Acesita, ressaltou a ilegalidade dos editais por permitir a utilização de “moedas podres” (títulos da dívida externa) na compra de ações que, segundo Vivaldo, subavaliavam as empresas.

Deixou a Câmara em janeiro de 1995, no fim de seu mandato e retomou suas atividades profissionais como professor de história do direito constitucional, na Universidade do Rio de Janeiro (UNI-Rio) e na UERJ.

Em 2013 desfilia-se do PDT, onde por diversas vezes desentendeu-se com o então presidente do partido, Carlos Lupi, por não concordar com a atuação do ex-ministro à frente da sigla. Em 2016 Vivaldo filia-se ao partido Pátria Livre, onde assume a primeira vice-presidência. Vivaldo Barbosa é o nome que muitos no partido aclamam como candidato a governador.


Para o senado federal o nome ventilado no partido Pátria Livre é o do médico sanitarista Eduardo Costa.


O médico Eduardo de Azeredo Costa, presidente do Diretório Muncipal do Pátria Livre no Rio, é graduado pela Universidade Federal de Ciências de Porto Alegre (UFCSPA), do Rio Grande do Sul, o secretário é mestre em saúde pública pela Escola Nacional de Saúde Pública e doutor em epidemiologia pela Universidade de Londres.



Durante o período acadêmico foi presidente do CA (centro acadêmico) XXII de Março (dos estudantes de medicina da  UFCSPA) e posteriormente presidente da ABEPI - Associação estudantes e pesquisadores brasileiros  na Inglaterra.

No período de ditadura militar no Brasil, participou de diversas organizações de resistência ao regime. No democratização, já filiado ao PDT (sendo um dos signatários da Carta de Lisboa) de Leonel Brizola , Costa participou do Diretório Estadual (RJ) e também do Diretório Nacional, elegeu-se uma vez deputado federal.

Eduardo foi titular da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde, antes já havia atuado no mesmo ministério como consultor e diretor do Centro Nacional de Epidemiologia da pasta. Na área da gestão acumula passagem como secretário de Saúde Estado do Rio de Janeiro, durante o governo de Leonel Brizola.

Entre as experiências internacionais, está o trabalho de consultor, a convite da Organização Mundial da Saúde (OMS), voltado à implementação de vigilância epidemiológica e do programa de erradicação da varíola na Índia, em 1973. Na área acadêmica, desde 1977, ensinou epidemiologia na Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) onde também foi pesquisador.


Entre 2006 e 2009, ocupou o cargo de diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). De 2009 a 2013 foi presidente da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), depois assumiu as funções de assessor tecnológico da Presidência da Fiocruz e coordenador-geral do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde, também ligado à instituição.

Atualmente exerce a função de Assessor de Cooperação Internacional da ENSP.




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