Herdeiro direto do trabalhismo, o filho mais velho do ex-presidente Jango, o filósofo João Vicente Goulart pode ser candidato a presidente da república pelo partido Pátria Livre em 2018, segundo se comenta nos bastidores da agremiação partidária.
Compromisso com a reforma política. Com a reforma agrária, paralisada há anos por ingerência dos latifundiários do setor primário. Da reforma bancaria, para melhor distribuição do crédito e principalmente pela regulamentação em grande escala do microcrédito. O crédito dos bancos oficiais pertencem ao desenvolvimento social.
Lutar pela reforma tributária no sentido reverso do que hoje temos como modelo, desindexando o percentual do imposto de renda sobre os assalariados e criando o imposto ao patrimônio, tributo mais do que justo, seja pago pelas grandes corporações."
A oposição dos militares e das forças conservadoras do espectro civil a Jango "começara ainda em 1953, quando ele era ministro
do Trabalho de Getúlio Vargas e concedeu aumento de 100% ao salário
mínimo", lembra João Vicente. O desfecho veio com o
golpe de 1964. No mesmo ano João Vicente Goulart exilou-se com os pais no Uruguai, em 1972, morou seis meses no
Paraguai antes de se mudar para a Argentina e, de lá, rumar para a
Inglaterra, a fim de cursar agricultura. Só retorna ao Brasil em 1976,
com a morte de seu pai, João Goulart, que entrou para a história como o
presidente a ter sofrido o golpe militar.
O ano de 2017 têm sido de grande atividade para João Vicente Goulart, num
recorte das experiências vividas durante o período de exílio escreveu o
livro
“Jango e Eu”, em tributo aos 40 anos da morte de Jango. Segundo João Vicente, que também preside o IPG - Instituto Presidente João Goulart, traça-se as duas faces de Jango. O livro apresenta detalhes do golpe e de situações posteriores, como o avanço dos governos totalitários nas Américas e também apresenta encontros entre Jango e alguns amigos e reconstrói diálogos em minúcias: "Meu pai dizia que o exílio era uma invenção do demônio, nos tornava mortos vivos", contou em entrevista ao Blog da editora Record.
Em maio João Vicente Goulart anunciou sua desfiliação do PDT, o filho de Jango lamenta a "injustiça" que o PDT vem praticando ao manter uma aliança "em nome
do pragmatismo fisiológico, eleitoreiro e das piores práticas políticas
que esta figura, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg - PSB, disfarçada de 'socialista', pratica também contra o
povo do Distrito Federal". João Vicente chama o governador de "covarde", por inviabilizar a construção de um memorial em homenagem a seu pai. Com isso, diz, ele (Rollemberg) "cassou Jango, meu pai, pela segunda vez".
Sobre a entrada no novo partido, o Pátria Livre, sacramentada em agosto, declarou: "O partido Pátria Livre está nos dando a oportunidade de restabelecer com
dignidade a luta nacionalista por um Brasil mais brasileiro, menos
espoliativo e com melhor distribuição de riquezas. Somos um partido que
ainda não temos deputados ou senadores no Congresso Nacional, somos um
partido sem compromisso com a velha política, queremos uma transformação
de nossa sociedade com reformas estruturais na economia, nos meios de
produção, nas relações midiáticas, no controle de capital estrangeiro,
na nacionalização de nossas riquezas estratégicas, do nosso subsolo, da
Amazônia e da Amazônia azul."
"Queremos a retomada de nossa soberania através da participação efetiva de nosso povo, via a democracia participativa, com os sindicatos nas relações entre capital e trabalho, com conselhos governamentais de políticas públicas nas ações do Estado, com a constante atuação dos movimentos sociais na participação democrática de produção e gestão dos recursos públicos, com a transparência que exige o patrimônio publico, com o respeito à autoridade que emana do nosso povo, dono de seu destino e altivez.
Compromisso com a reforma política. Com a reforma agrária, paralisada há anos por ingerência dos latifundiários do setor primário. Da reforma bancaria, para melhor distribuição do crédito e principalmente pela regulamentação em grande escala do microcrédito. O crédito dos bancos oficiais pertencem ao desenvolvimento social.
Lutar pela reforma tributária no sentido reverso do que hoje temos como modelo, desindexando o percentual do imposto de renda sobre os assalariados e criando o imposto ao patrimônio, tributo mais do que justo, seja pago pelas grandes corporações."
Segundo alguns dirigentes do Pátria Livre, o partido não descarta lançar candidatura própria, que apresente um verdadeiro "projeto de nação", que possa fazer um contraponto à atual "onda reacionária neoliberal anti-pátria", apesar de também se ventilarem nos bastidores a possibilidade de apoio a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes, ou do senador Roberto Requião.
Da redação do Última Hora, 11/08/2017
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